Era dia na ilha de Cacha-Pregos, Município de Vera Cruz, onde
eu costumava passar meus verões...
Entre o descanso da alma e o tormento da realidade, lá
estava ele... o bom e velho desejo, transfigurado na figura limpa de uma bela e
desconhecida fêmea, e eu, pasmo, não conseguira me
conter, daí então surgiu à inspiração...
Cabelo despenteado pelo vento
areia na face
e a morena caminha por entre as águas
diante dos meus olhos
Abaixa e sacode o jereré
pitu, siri, peixe miúdo
deu de tudo
só não viu meu coração desolado
que ficou na areia
Vestido curto, molhado
quase transparente
e teu olhar inocente
capta-me, no ato
e um sorriso gostoso
desabrocha em teus lábios
que gosto salgado deve ter aquele corpo
tão suado...
O nome, Iramaia...
pena que soube só depois que ela se fora
perguntei a um garotinho ali da praia
que disse ainda que a danada
além de linda, era professora.
(Jaguar Araújo, Dezembro/1992)
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