sexta-feira, 18 de novembro de 2011

CONTO DE AMOR E SAUDADE



Atrevidas manhãs, maiúsculas, infestadas de prazeres incontidos. Lembro-me de ontem, do teu quase beijo, do teu vergonhoso sorriso, das tuas sutis gargalhadas.

Nunca te amei, na verdade, nunca quis amá-la, não teria cabimento. Servir-me-ia apenas um misero segundo, o suficiente para vê-la esguia, desnuda diante de mim numa das minhas fantásticas noites infindas.

E se esvaíram as noites, e o que ficou foi a neblina fria deste momento saudosista, o teu cheiro evaporou-se no ar e as pedras preciosas que habitara teus olhos não viram o meu lado ourives, partiram sem serem lapidadas por minhas mãos. Restou-me o abandono e com ele sigo agora o meu destino de garimpeiro.


(Jaguar Araújo, Fev/2000)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O BEM-VINDO VERÃO...



As ondas, o oceano
O bem-vindo verão
E a rubra cor da pele das meninas
Ah, as meninas...

E como são belas
E vem delas a vocação para esta minha aquarela
Desse brilho incandescente que fascina
Ah, essas admiráveis meninas...

Quanta fúria
Nestas pequenas vestes que me atormenta
Cais perfeito para essa minha descalça luxúria
E este meu falo que não se contenta

Ah, avarentas!
Estas pudicas fêmeas que não freqüenta
Este meu delírio incontrolável de quarenta
E se acovardam, vestidas, em um clausulo só.

(Jaguar Araujo, 26/09/2008)