quarta-feira, 30 de outubro de 2013

BELAS PASSAGENS...

Algumas poesias são palpáveis, visíveis a olho nu. Principalmente quando criadas na plenitude do realismo da inspiração, e arquitetadas carinhosamente.
Apesar de sido construída em Setembro de 2006, hoje, anos depois, eu tive o imenso prazer de rever esta poesia...


Carne crua, nua
Perdida na cama
Ama de um olhar vagabundo
Mundo, esse meu foi embora
Hora, que passava depressa
Pressa, como ter nessa hora?

Linda e sutilmente perversa
Abriu a caixa de pandora
Ora, que lembrança porreta
Pensar que de amora
Era o gosto daquela boceta.

(Jaguar Araújo)

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O DIA DAS CRIANÇAS ABANDONADAS


A noite
Que apaga o dia
Cobra caro, pra quem não lhe deve nada
E é lá que dormem as crianças banidas
Sobre o frio da alma
Cobertor de papelão
Papel de parede, plástico
Que forra a sua cama/chão

E nas latas de leite vazias
Ou entre as mãos
Imploram o alimento fraco
Mas, o que é forte para fome?
Talvez, a ganância do homem...
Talvez, a cola de sapato!


(Jaguar Araújo, 1990)