sexta-feira, 25 de maio de 2012

DIAS TRISTES


Quando perdi a minha querida mãe, a vida me pareceu um tanto confusa; um misto de ódio e incompreensão. Pensei em meus irmãos, em meu filho, lembrei do meu saudoso pai e revisitei o meu próprio tempo. Tudo parecia muito vago, desnecessário.

Hoje em dia o descontentamento ainda permanece, porém de uma forma mais amena. No entanto eis que surge para mim um novo filho, e, de certa forma, cada vez mais a rotatividade das espécies parece óbvia. Porém, isso nunca ira me fazer compreender o sofrimento.
E esse texto fala sobre isso, essa amargura...


Ondas do mar, passantes
Levam consigo, com um tempo
O lamento das algas, dos crustáceos
Da areia
Que, sobreposta, serve-me de divertimento
Edificando castelos
Emaranhados de princesas
Que ilustram minha vida
Sempre bendita
Apesar das pedras pontiagudas
Escondidas entre os corais do tempo
Que, como as ondas, passa
Levando consigo o lamento
Das algas, dos crustáceos
E das queridas pessoas.

(Jaguar Araújo, 01/2010)

terça-feira, 15 de maio de 2012

NUNCA MAIS...


Sempre que me lembro do passado é com alegria, satisfação, nostalgia. Tempos de uma boemia exagerada no bom sentido, noitadas loucas. Altíssimas farras regradas sempre a belas mulheres e muita, muita bebida.
Arrependimento? Ah! Isso nunca existiu. A vida é curta e é para ser vivida. E como já diria Claudio Baglioni em sua canção, interpretada também tão lindamente por Renato Russo (http://www.youtube.com/watch?v=M_ZB8GoXFp8): Lá vita è adesso! Ou seja, a vida é agora!!!
Era o velho período das descobertas, que, graças a Deus, sempre foram do bem.
O texto abaixo remete a isso, escrito na década de 90, vivenciava o exato momento, entre o retorno da boemia e a vida cotidiana.




Encontro o meu cálice
Solitário sobre a janela
Restos de vinho e desventuras
Misturados ao orvalho da manhã sincera
Triunfante dor de cabeça
Gosto de fel na minha boca
Que, distante dos beijos de outrora
Reza o perdão da minha fúria louca


(Jaguar Araújo, Junho 1996)