sexta-feira, 25 de maio de 2012

DIAS TRISTES


Quando perdi a minha querida mãe, a vida me pareceu um tanto confusa; um misto de ódio e incompreensão. Pensei em meus irmãos, em meu filho, lembrei do meu saudoso pai e revisitei o meu próprio tempo. Tudo parecia muito vago, desnecessário.

Hoje em dia o descontentamento ainda permanece, porém de uma forma mais amena. No entanto eis que surge para mim um novo filho, e, de certa forma, cada vez mais a rotatividade das espécies parece óbvia. Porém, isso nunca ira me fazer compreender o sofrimento.
E esse texto fala sobre isso, essa amargura...


Ondas do mar, passantes
Levam consigo, com um tempo
O lamento das algas, dos crustáceos
Da areia
Que, sobreposta, serve-me de divertimento
Edificando castelos
Emaranhados de princesas
Que ilustram minha vida
Sempre bendita
Apesar das pedras pontiagudas
Escondidas entre os corais do tempo
Que, como as ondas, passa
Levando consigo o lamento
Das algas, dos crustáceos
E das queridas pessoas.

(Jaguar Araújo, 01/2010)

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