Quando perdi a minha querida mãe,
a vida me pareceu um tanto confusa; um misto de ódio e incompreensão. Pensei em
meus irmãos, em meu filho, lembrei do meu saudoso pai e revisitei o meu próprio
tempo. Tudo parecia muito vago, desnecessário.
Hoje em dia o descontentamento
ainda permanece, porém de uma forma mais amena. No entanto eis que surge para
mim um novo filho, e, de certa forma, cada vez mais a rotatividade das espécies
parece óbvia. Porém, isso nunca ira me fazer compreender o sofrimento.
E esse texto fala sobre isso, essa amargura...
Ondas do mar, passantes
Levam consigo, com um tempo
O lamento das algas, dos crustáceos
Da areia
Que, sobreposta, serve-me de divertimento
Edificando castelos
Emaranhados de princesas
Que ilustram minha vida
Sempre bendita
Apesar das pedras pontiagudas
Escondidas entre os corais do tempo
Que, como as ondas, passa
Levando consigo o lamento
Das algas, dos crustáceos
E das queridas pessoas.
(Jaguar Araújo, 01/2010)
Nenhum comentário:
Postar um comentário