Na época, meu único filho era
Rodrigo, o gordinho Davi ainda nem sonhara em nascer. E Em uma das muitas
noitadas a fora, ocorrera comigo um acidente automobilístico. Fisicamente,
graças a Deus e Yemanja(odoiá minha mãe!) pouco sofri, porém o susto foi enorme.
Temi realmente pela minha vida,
mas, no exato momento em que despertei do espanto, a primeira pessoa que me
veio à mente foi meu filho Rodrigo. Pensei no quanto ele dependia de mim naqueles
tempos e o quanto meu amor por ele era imenso.
Lembro-me que quando cheguei à
minha antiga residência, tomei um banho, deitei ao lado dele, naquela pequenina
cama e fiquei ali, quieto, olhando
aquela criança; tão inocente e tão indefesa. Agradeci a tudo e a todos que me
deram sorte de ter saído ileso naquele instante, fechei meus olhos e a poesia
mais linda fluiu, com toda honestidade e sinceridade que um homem pode ter.
Agora que estou vivo
vivo para quem quer que eu viva
minha vida, finita, agora brilha
nas fronhas coloridas da pequena cama
no cheiro de jasmim que ele dissipa
na prece que para mim ele reclama
na paixão que em meu peito precipita.
vivo para quem quer que eu viva
minha vida, finita, agora brilha
nas fronhas coloridas da pequena cama
no cheiro de jasmim que ele dissipa
na prece que para mim ele reclama
na paixão que em meu peito precipita.
(Jaguar Araujo,
14/01/2009)
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