terça-feira, 3 de dezembro de 2013

SAUDADES

Poesia antiga, escrita há muito, muito tempo atrás. Lembro-me dela ter sido inclusive publicada no “Jornal A Tarde” da época.
Saudade é bom, principalmente quando é sadia, amar é bom, quando se sabe que nada é permanente e tudo tem o seu tempo certo.

Na prática do bem-estar colhemos frutos, uns são replantados, outros consumidos nessa ceia farta da vida, que por ser maravilhosa, deve-se saber aproveitar:


Ao entardecer
ressurge a coragem de fugir ao teu encontro
como nos idos de outrora
E no limiar de minh’alma deserta
emana o fogo da paixão, do desejo
que mina a minha sã consciência
trazendo lembranças de ti
Então, sinto como se pudesse tocá-la
sentir teu corpo, teu perfume
até mesmo o sabor dos teus lábios
ouvir tuas palavras
perceber teus mínimos gestos
vivendo assim
a fragilidade do meu coração
que não me perdoa
por ter deixado tu partiste tão breve
forçando-me a febre de viver
na eterna solidão

(Jaguar Araújo, em algum lugar no fim da década de 80)