Atrevidas manhãs, maiúsculas,
infestadas de prazeres incontidos. Lembro-me de ontem, do teu quase beijo, do
teu vergonhoso sorriso, das tuas sutis gargalhadas.
Nunca te amei, na verdade, nunca quis amá-la, não teria cabimento. Servir-me-ia apenas um misero segundo, o suficiente para vê-la esguia, desnuda diante de mim numa das minhas fantásticas noites infindas.
Nunca te amei, na verdade, nunca quis amá-la, não teria cabimento. Servir-me-ia apenas um misero segundo, o suficiente para vê-la esguia, desnuda diante de mim numa das minhas fantásticas noites infindas.
E se esvaíram as noites,
e o que ficou foi a neblina fria deste momento saudosista, o teu cheiro
evaporou-se no ar e as pedras preciosas que habitara teus olhos não viram o meu
lado ourives, partiram sem serem lapidadas por minhas mãos. Restou-me o
abandono e com ele sigo agora o meu destino de garimpeiro.
(Jaguar Araújo, Fev/2000)
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